domingo, 30 de setembro de 2012

Harry Potter e a Pedra Filosofal

  Em  1997, a Warner Bros. concordou em trabalhar com o produtor de cinema britânico David Heyman para fazer um filme de um romance não publicado chamado Harry Potter e a Pedra Filosofal, nos EUA. Após o roteirista Steve Kloves subir a bordo, o projeto precisava de um diretor. 
  Chris Columbus, diretor de Esqueceram de Mim e Uma Babá Quase Perfeita, havia sido apresentado ao livro por sua filha e soube de imediato que queria transforma-lo num filme. ´´Vi o filme na minha cabeça e vi aquele Mundo``,disse Chris. Mas quando pediu ao seu agente para verificar a possibilidade, a resposta não foi animadora: ´´Ele disse: Você vai ter que entrar na fila; há cerca de outros 50 diretores que também querem dirigir o filme!``.
  Alguns desses diretores que já estavam na fila eram Steve Spielberg, Terry Gilliam, Jonathan Demme e Alan Parker. No entanto, após uma reunião com David Heyman e a Warner Bros., na qual Chris contou apaixonadamente sua visão de como a história poderia ser adaptada para as telas, o trabalho ficou com ele.
  ´´Não há um ator no mundo que se importe com seus personagens e que não fique nervoso quando eles são levados para a telona``, disse J.K Rowling a um entrevistador de uma rádio americana. Os realizadores ansiavam pelo envolvimento da autora e, nos primeiros estágios, fizeram diversas sessões entre ela, o diretor, o roteirista, os designers e o produtor.
  ´´Nós formamos mesmo um ótimo grupo``, recorda-se Chris. ´´Todos os envolvidos estavam comprometidos com o material e empenhados em descobrir um modo de torná-lo não só cinematográfico, mas também mágico. Jo nos dava insights extraordinários.`` A autora permitiu que eles dessem uma olhadela nos manuscritos finalizados do terceiro e quatro livros, esboçou a posição e o formato exatos da cicatriz ´´bem delineada`` de Harry, desenhou um mapa de Hogwarts e explicou as regras do Quadribol.
  Quando a produção já estava em andamento, havia um público enorme, apaixonado e ansioso para ver a história de Harry Potter e filme,mas que seria altamente crítico se não fizesse jus ás  suas esperanças e expectativas. Foi empolgante, mas também um desafio intimidador.
 ´´Os fãs teriam ficado arrasados se tivéssemos deixado muito de fora``, disse Chris mais tarde á revista Time. Embora o filme tenha se mantido fiel á história, alguns episódios do livro tiveram que ser comprimidos ou excluídos para deixar sua duração razoável. Diversas cenas da vida de Harry com os Dursley  foram perdidas, junto com o teste de lógica de Snape que Harry e Hermione têm que solucionar para chegar a Pedra Filosofal.
  Acertadas as questões diretor e roteiro, uma gigantesca busca pelo elenco foi iniciada para achar um Harry, um Rony e uma Hermione para o filme. Havia milhares de meninos e meninas esperançosos. ´´ Todas as crianças que já haviam atuado numa peça da escola queriam estar em Harry Potter!``, relembra Chris.


 Chris Colombus dirige seu jovem elenco em A Pedra Filosofal. Ele foi elogiado por sua paciência com as crianças nas Filmagens.



Harry ( Daniel Radcliffe ) e Rony ( Rupert Grint ) se esquivam de um trasgo no banheiro das meninas.


Harry ( Daniel Radcliffe ) dá uma espiada na Seção Reservada na biblioteca.

Dez anos após todos aqueles testes de elenco, Chris ainda se lembra das qualidades que determinaram quem seria escalado. ´´Emma Watson foi fenomenal``, diz. ´´Ela tinha o senso de humor da Hermione, era brilhante, afiada como uma faca, e a câmera a amava. Emma era Hermione e ponto final! Quanto a Rupert Grint, ele tinha um jeito diabólico e arteiro e seu rosto era rico em todas essas emoções. Ele tinha um senso de humor maravilhoso, mas também um ótimo espírito``.



  O que a equipe viu em Daniel Radcliffe foi, segundo Chris, algo único: ´´O teste de elenco do Dan,foi incrivelmente fascinante, mas havia algo nele que não se pode ensinar a ninguém, que era o jeito meio assustado que Harry Potter tinha nos livros. Não sei de onde veio, simplesmente vi em seus olhos nos momentos mais sérios; e quando vimos o teste de tela, todos nós decidimos contratar Dan para ser Harry Potter``.
  Muitos atores britânicos famosos se juntaram ao elenco e algumas das mais experientes e talentosas pessoas da indústria cinematográfica britânica foram trazidas para o projeto para encabeçar os diversos departamentos. A escolha do vencedor dos três Oscars Stuart Craig como designer de produção se revelaria uma nomeação-chave para que o mundo de Rowling fosse levado com sucesso para o cinema. `` Stuart cria um universo``, diz Chris Columbus, ´´que se parece com o que você leu. Mas não é exatamente o que você leu. Ele usou aquilo como ponto de partida e ousou sonhar``.
  A equipe de produção reconheceu que o primeiro livro Harry Potter trata da descoberta: a descoberta de Harry de que é bruxo, a descoberta do mundo mágico, primeiro no Beco Diagonal, depois em Hogwarts, e a descoberta da verdade sobre a história da sua família e sua conexão com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Um ponto crucial para o sucesso do primeiro filme, então seria estabelecer na tela um mundo onde as experiências e descobertas juvenis de Harry fossem verossímeis, mas onde, de forma igualmente crível, um chapéu pudesse falar, um espelho pudesse revelar os desejos mais íntimos de uma pessoa e o corpo de um ser humano pudesse ser tomado por uma monstruosa força maligna.

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